Mudanças climáticas e vulnerabilidade na agricultura: desafios para desenvolvimento de estratégias de mitigação e adaptação
Keywords:
Agricultura, Uso da Terra, Mudanças Climáticas, Vulnerabilidade, Mitigação, Adaptação.Abstract
O presente ensaio aborda desafios para as estratégias de mitigação e adaptação no contexto da
agricultura brasileira considerando a vulnerabilidade do mundo rural em suas interfaces com os
ecossistemas naturais e urbanos frente aos cenários de mudanças climáticas projetados pelo IPCC
(Intergovernmental Panel on Climate Change). Tem como base o trabalho que vem sendo desenvolvido
no projeto CLARIS (Rede Européia-Sul Americana para Avaliação de Mudança Climática e Estudos de
Impacto na Bacia do Rio da Prata), que tem como objetivo prever os impactos regionais da mudança
climática na Bacia do Rio da Prata e desenhar estratégias de adaptação para o uso da terra, agricultura,
desenvolvimento rural, geração hidroelétrica, transporte fluvial, recursos hídricos e sistemas
ecológicos de terras úmidas. O texto destaca a complexidade do mundo rural atrelado a um modelo
de desenvolvimento que tem se caracterizado perdulário com relação ao ambiente e com significativa
parcela de responsabilidade nas mudanças climáticas do planeta. Mostra o contexto da agricultura
brasileira na emissão de gases de efeito estufa, a agricultura de exportação e a agricultura a familiar,
abordando seus riscos e vulnerabilidades. Apresenta conceitos de vulnerabilidade a partir de distintas
áreas de conhecimento, destacando a idéia da vulnerabilidade como uma construção social. Identifica
alguns desafios de ordem epistêmica e metodológica para as estratégias de mitigação e adaptação
com relação às mudanças climáticas, propondo o estabelecimento de um domínio comum de
linguagem junto aos atores participantes das estratégias, bem como a ampliação de informações e
sua disponibilidade para a construção de indicadores de mudança climática. Conclui enfatizando
que a capacidade de adaptação de agricultores familiares à mudança climática não pode ser reduzida
à possibilidade de adoção de certas práticas aparentemente ajustadas a um determinado fenômeno
climático anormal, mas tem que ser compreendida como resultante da capacidade de aprendizagem
para lidar com a nova situação. Esse aspecto precisa ser melhor compreendido no processo de
desenvolvimento de estratégias de adaptação preventivas e antecipatórias.
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Copyright (c) 2010 Revista Brasileira de Ciências Ambientais
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